O que é programação e qual sua importância?

A programação é uma forma de escrita, teste e manutenção de um programa de computador. Um programa é caracterizado por um conjunto de instruções que reproduzem uma tarefa a ser executada pelo computador (Bim et al. 2019). O programa de computador é construido por meio de uma ou mais linguagens de programação. Atualmente, há diferentes linguagens de programação, como C, Java, e outros. Além disso, uma das formas de escrever um programa de computador pode ser por meio da programação em blocos.

O que são os ambientes de programação em blocos?

Os ambientes de programação em blocos são formados por características e cores específicas que indicam sua função (comandos e valores). Essa união de características e cores permitem formar a estrutura dos programas. Esses comandos e valores compreendem à blocos de encaixe, permitindo que a ação de programar seja menos complexa e que possibilite a aproximação de outros públicos, como professores da educação básica (Souza Rios et al. 2019).

Por que programação em blocos?

A programação textual pode ser vista como um problema para estudantes que estão tendo um primeiro contato com a programação (Souza e França, 2013). O uso de linguagens de programação textual podem tornar o processo de aprendizagem mais difícil devido a complexidade da sintaxe dessas linguagens (Burnett e McIntyre, 1995). Com a intenção de amenizar estas dificuldades, foram projetados novas maneiras de ensino de programação para facilitar a aprendizagem, os ambientes de Linguagem de Programação Visual (Visual Programming Language, VPL), dando origem aos ambientes de programação em blocos.

Por que utilizar a programação em blocos em sala de aula?

A programação em blocos pode auxiliar no aprimoramento do pensamento computacional, raciocínio lógico, pensamento crítico, criatividade, autonomia, trabalho em equipe, resiliência, entre outras habilidades e competências necessárias para o Século XXI. Além disso, a programação em blocos aliada a Robótica Educacional e/ou a outras tecnologias emergentes pode ajudar os alunos do Ensino Médio a aprender de formar interdisciplinar, mantendo-os engajados.

O que é a Educação 4.0?

A Educação 4.0, demanda uma educação mais alinhada ao mundo contemporâneo. Os estudantes precisam ser preparados para os desafios do Século XXI e serem protagonistas do seu aprendizado. A Educação 4.0 refere-se a uma nova forma de ensino com o objetivo de preparar os estudantes para desenvolverem conhecimentos, habilidades e experiências em todos os aspectos da vida. Assim, a sala de aula pode ser concebida com base em algumas características, tais como: a) Personalização do material didático para atender aos diferentes tipos de aprendizagem; b) Gamificação com elementos lúdicos que auxiliem na motivação e engajamento do estudante; c) Atividades adaptadas conforme o conhecimento e a aprendizagem do estudante; e d) Métodos de análise para identificar estudantes com dificuldades, entre outros.

Qual a relação entre programação em blocos e Educação 4.0?

No contexto da Educação 4.0, a programação em blocos incentiva a cultura digital na escola. Percebeu-se que é possível fazer uso da programação em blocos com tecnologias emergentes como: a) Robótica por meio do Lego; b) Internet das Coisas mediada pelo Scratch para Arduino (S4A); e, c) modelagem e simulação 3D e/ou jogos digitais utilizando a ferramenta ENGAGE, dentre outras. Dessa forma, ao fazer uso da programação em blocos e das tecnologias emergentes em sala de aula, o docente também se beneficiará dos processos de ensino e aprendizagem ao aprender sobre os recursos da ferramenta de programação em blocos que deseja trabalhar, aprende por meio da troca de experiências com outros professores, e aprofunda sua compreensão das próprias experiências e das experiências de seus alunos com programação. O docente poderá incentivar o desenvolvimento dessas habilidades nos estudantes, a partir de atividades práticas que permitem aproximar da sala de aula os mais diversos recursos da era digital.

Ana Paula Juliana Perin

Mestranda em Informática na área de Informática na Educação pela Universidade Federal do Paraná-UFPR. Bolsista Capes de Pós Graduação strictu sensu. Licenciada em Informática pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2018). Especialista em Informática na Educação. Possui experiência com o Ensino Médio ao atuar como bolsista CAPEs de Iniciação à Docência, atuando com Formação de professores e Robótica Educacional com alunos. Áreas de intresse: Informática na Educação e Educação em Computação.

Deivid Eive dos Santos Silva

Doutorando em Informática na linha de pesquisa Interação Humano-Computador (IHC) pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Informática pelo programa de Pós-Graduação em Informática da UFPR (2020). Bacharel em Sistemas de Informação pelo Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS/ULBRA (2017). Atualmente é membro do grupo de pesquisa "Design de Interação para a Inclusão e o Desenvolvimento Social" da UFPR. Possui experiência na área de Informática na Educação, Educação em Computação e IHC, atuando nos seguintes tópicos de pesquisa: Educação 4.0, Projeto e Avaliação da Experiência do Aprendiz (LX) e Experiência do Usuário (UX), Desenvolvimento e Avaliação de Objetos de Aprendizagem e Materiais Instrucionais, Formação de Professores para o Uso dos Recursos Tecnológicos, e IHC Experimental.

Natasha Malveira Costa Valentim

Professora Adjunta no Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutora em Informática pelo Programa de Pós-Graduação em Informática da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Mestra em Informática pela UFAM. Graduada em Ciência da Computação pela UFAM. Atualmente é membro do grupo de pesquisa "Usabilidade e Engenharia de Software" (USES) da UFAM e do grupo de pesquisa "Design de Interação para a Inclusão e o Desenvolvimento Social" da UFPR. Possui experiência na área de Engenharia de Software, Interação Humano-Computador e Informática na Educação, atuando nos seguintes tópicos de pesquisa: Avaliação de Usabilidade, Experiência do Usuário, Acessibilidade, Qualidade de Software, Engenharia de Software Experimental, Interação Humano-Computador Experimental e Educação 4.0. Secretária adjunta da Secretaria Regional do Paraná da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).